terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Peixinho Azul




Era uma vez um lindo peixinho azul que morava num grande lago de águas azuladas. Ele tinha companheiros: o Peixinho Vermelho, o Pintadinho, o Escamas Prateadas, Barrigudinho e vários outros, também bonitos e interessantes.
Quando o Peixinho Azul e seus amiguinhos saíam a passear, os velhos moradores do lago azul ficavam contentes e tudo parecia estar em festa. É que os peixinhos eram muito divertidos! Nadavam de um lado para o outro iam e vinham agitando as barbatanas ruidosas e esquisitas, davam cambalhotas, saltos enormes e corriam um atrás do outro num engraçado brinquedo de pega-pega. E o fundo do lago tornava-se movimentado e colorido, cheio de cores vivas e brilhantes.
Certa vez, porém, um grande silêncio se fez no fundo do grande lago. As lindas águas azuladas estavam tranqüilas, tão tranqüilas que pareciam paradas. É que os moradores do lago tinham ido descansar, dormir um pouco. O silêncio permaneceu por algum tempo. Nisto, as águas começaram a movimentar-se e apareceu o Peixinho Azul... Era mesmo de esperar que fosse ele, pois gostava de nadar. E lá estava no meio do lago, nadando para cá e para lá, com suas bonitas barbatanas de cor azulada. De repente, o Peixinho Azul ficou curioso.
"Que haverá lá em cima?" pensou. "Será tão bonito como aqui?... Vou subir um pouco para dar uma espiadinha". E, assim pensando, começou a elevar-se nas mansas e azuladas águas. A princípio meio assustado, depois mais corajoso, peixinho foi subindo, até que pôs a cabeça fora d’água.
“Ui! Que susto!“- gritou todo trêmulo e mergulhando de novo. “Que terrível clarão!... Quase fico cego!“
Mas peixinho não desistiu de ver o que havia fora d’água. Várias vezes voltou à tona, até que seus olhos se acostumaram com a forte luz que se derramava sobre as águas. Olhou, então, atentamente, para tudo o que cercava o grande lago. “- Que maravilha! exclamou entusiasmado. Nunca vi coisa igual! “

É que o Peixinho Azul via o lindo Céu azul onde o Sol, como uma grande bola de fogo, esparramava seus raios por toda parte, iluminando e aquecendo tudo. O Peixinho Azul olhou depois para a praia. Viu a copa das árvores agasalhando passarinhos de penas coloridas e vistosas que saltavam de galho em galho em alegres gorjeios; viu engraçados macaquinhos fazerem as mais incríveis proezas; viu madurinhos frutos e lindas e variadas flores; viu crianças brincarem com pequeninos barcos à beira do lago; e viu um assustado coelhinho perseguido por lanudo cão, enquanto belas borboletas, voando de flor em flor, cortavam os ares com suas cores brilhantes e vivas.
“- Que lindeza! Que pena meus amiguinhos não estarem aqui!”, exclamou, de repente. E assim dizendo, agitou com rapidez as bonitas barbatanas azuladas e nadou para o fundo em busca dos amiguinhos. Os peixinhos ficaram encantados e faziam perguntas e mais perguntas, tudo querendo saber. O Peixinho Azul respondia sempre, todo importante, achando-se mesmo muito instruído.
Foi então que Barrigudinho indagou, intrigado: “- Mas afinal, quem fez tanta beleza? “
O Peixinho Azul encabulou-se. Na realidade, não sabia. Porém, como tinha o bom hábito de dizer a verdade, respondeu logo: “- Não sei... Também gostaria de saber quem fez aquelas maravilhas. “

“E por que não perguntamos ao nosso rei?”, falou Peixinho Vermelho. “Ele sabe tanto! “
“É mesmo!”, gritaram os outros. “Vamos procurá-lo”.
E os peixinhos, curiosos e barulhentos, dirigiram-se ao palácio real, uma linda gruta cheias de conchinhas de todos os tipos. O rei dos peixes apareceu logo e ouviu tudo com muita atenção. Depois falou muito sério: “- Em minhas viagens a outras águas, tenho visto e aprendido muito. Hoje sei que há seres diferentes de nós e ouvi os homens dizerem que tudo o que existe é obra de Deus, o único Criador de todas as coisas. “
“- Deus?!” exclamaram os peixinhos a uma só voz.
“- Sim, Deus!”, tornou a falar o sábio rei. “Deus é que fez as belezas que o Peixinho Azul viu, isto é, o Céu, as árvores, as flores, os frutos, os animais, as pessoas...”
“E Deus fez o nosso lago!”, exclamou o barrigudinho, todo exibido.
“Ora esta! Então Deus nos fez também!” - descobriu o Peixinho Vermelho.
“Bravos! Bravos!”, gritaram os peixinhos, entusiasmados e encantados com a nova descoberta.
E o Peixinho Azul, adiantando-se, muito compenetrado, agradeceu ao rei, em nome de todos, os bonitos ensinamentos recebidos. Depois, em graciosos movimentos, os peixinhos desfilaram ante a gruta de conchinhas e voltaram a brincar nas águas azuladas do grande lago.

( Desconheço o autor)

Nenhum comentário:

Postar um comentário